quarta-feira, 4 de novembro de 2015

OS VEREADORES RETARDATÁRIOS DE CAMPINAS: MACHISTAS OU "RETARDADOS"

Simone de Beauvoir e o Enem


O Enem, apesar de ainda precisar ser aprimorado, é uma evolução em relação aos clássicos vestibulares. Em 2015, causou polêmica ao citar a escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir. Vereadores de Campinas, num surto hilariante de obscurantismo, aprovaram moção de repúdio a Simone. Em 1949, ela publicou um dos mais influentes livros do século XX, O segundo sexo. Virou referência para o feminismo. Boa de fórmulas, como costumam ser os franceses, cravou: “Não se nasce mulher, torna-se”. Nada há de diabólico nisso. Significa apenas que papéis sociais são definidos socialmente. O lugar da mulher nas sociedades dominadas pelos homens nada tem a ver com anatomia, biologia ou natureza.
É só uma construção histórica.
Papai no trabalho, mamãe em casa? A anatomia nada tem a ver com isso. Essa concepção é apenas uma construção histórica que se converteu em ideologia machista. O próprio das ideologias é a naturalização de “verdades”. Seria assim por força da natureza. Conversa fiada. Sempre que uso tal expressão, ruborizo. É desagradável, vulgar, impositivo, autoritário. Em alguns casos, contudo, parece inevitável. Simone de Beauvoir foi uma maravilhosa intelectual.
O machismo gostaria de reduzi-la ao papel de “mulher” de Jean-Paul Sartre.
Os vereadores de Campinas, que aprovaram a censura contra ela, enxergam-na como um monstro propagador da perigosa ideia de gênero. Graças a mulheres como Simone os machos foram tirados da zona de conforto que os situava como chefes de família e os liberava das tarefas domésticas e da divisão de todas as responsabilidades.
Simone ajudou a mostrar que as mulheres não são objetos nem propriedades dos homens. Mais do que isso, que não precisam ser protegidas por seus senhores da guerra nem tuteladas. Fazer um jovem refletir sobre gênero é mais importante do que obrigá-lo a marcar uma cruzinha para responder a questões transcendentais como: quando Caxias “pacificou” o Rio Grande do Sul ele era? a) Barão, b) Duque, c) Conde, d) Visconde, e) Nenhuma das repostas anteriores. O conhecimento funciona como um sistema de hierarquia social. Fixa dominantes e dominados. A educação, muitas vezes, cumpre o triste papel de reprodutora das desigualdades dominantes. A meritocracia só será justa e real quando as condições de preparação entre os competidores forem equivalentes. Fora disso, é uma farsa. Simulacro.
A fórmula de Simone pode ser aplicada aos machistas e aos obscurantistas. Não se nasce machista. Torna-se. Não se nasce obscurantista. Torna-se. Pela cultura. De certo modo, a natureza é uma invenção cultural. Simone morreu em 1986. Ao longo dos seus 78 anos, escandalizou os conservadores, iluminou o caminho das mulheres, lutou contra a barbárie da dominação masculina. Ainda continua chocando os retardatários de Campinas. É a glória.
Em 1888, diante da impossibilidade de frear a libertação dos escravos, o senador Paulino de Souza bradou: a abolição é inconstitucional, antieconômica e desumana. Para alguns, a emancipação da mulher também. Belo Enem. A questão de gênero é fundamental.
Só os machões temerosos é que tentam negá-la.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A SITUAÇÃO DOS REFUGIADOS NA SÍRIA É CULPA DOS EUA.

FALTOU COMBINAR COM OS RUSSOS - OS EUA E A SITUAÇÃO NA SÍRIA.




Tendo aberto a Caixa de Pandora na Síria, ao tentar retirar esse país da área de influência de Moscou, armando terroristas islâmicos para derrubar o governo - aliado russo - de Bashar Al Assad, e depois de destruir, nessa tentativa, a nação que tem mais refugiados hoje espalhados pelo mundo, Washington reconhece agora que terá de negociar com Moscou por meio de "discussões táticas práticas", para evitar "erros de cálculo" que possam colocar os EUA e a Rússia em conflito no teatro de operações sírio.

Incapaz de colocar tropas no local - seu negócio é brincar comjoysticks, bombardeando apenas algumas posições do Estado Islâmico, um inimigo que eles próprios criaram, no Iraque e na Síria, dois países que estavam estáveis e em paz antes das recentes, em termos históricos, intervenções dos EUA e de seus aliados - Washington diz que quer evitar que algum soldado russo, existem vários deles no país, sediados na base naval russa de Tartus e na base aérea síria de Latakia - seja inadvertidamente ferido por ações militares "ocidentais", dirigidas contra os terroristas.

Na verdade, por trás das declarações norte-americanas - "queremos evitar problemas", afirmou o porta-voz do Pentágono, Peter Cook - está o reconhecimento tardio dos EUA, de três situações óbvias; 

Primeiro, a da tremenda imbecilidade estratégica que os Estados Unidos cometeram, ao incentivar e armar terroristas "islâmicos" para derrubar um governo leigo e estável, propiciando a destruição de todo um povo e o surgimento de um exército de psicopatas, assassinos e estupradores, que dificilmente será controlado nos próximos anos.

Em segundo lugar, a de que, sem o auxílio dos russos, combatendo ao lado de Bashar Al Assad, será impossível tentar ao menos enfraquecer o ISIS, ou EI, na frente síria, ou manter ali, ocupados, parte de seus combatentes, aliviando a pressão sobre outras frentes nas quais os Estados Unidos e a OTAN estão mais diretamente envolvidos, como a do Iraque.

E, em terceiro lugar, o reconhecimento do poder russo na Síria, como país sob influência direta de Moscou, que era justamente o que os EUA tentaram desafiar desde o início. 

Não teria sido mais fácil ter feito isso há três anos, antes de arrebentar com  toda a região, e de provocar a morte de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças e o exílio forçado, na maior parte para campos de refugiados no meio do deserto, de - até agora - um terço da população síria?

Por outro lado, para não dar o braço a torcer, os EUA e a União Europeia anunciaram também, nesta semana, que estão pensando em "prorrogar" as sanções contra Moscou, para além de 2015.

Eles têm é que pesar as consequências, para, também por ali, não continuar atirando contra si mesmos, transformando o pé em uma peneira. O agravamento da situação na Rússia tem direta influência sobre a economia e as condições de vida na Ucrânia, que depende de Moscou, entre outras coisas, para não congelar no inverno como um imenso picolé, até a medula.

Como já lembramos antes, se houver um conflito de maior escala entre a Rússia e a Ucrânia, a União Europeia será invadida por nova onda de refugiados, ao Leste, diante da qual as "invasões bárbaras" de pobre emigrantes, vindos do Mediterrâneo, vão parecer - com o perdão da palavra - uma brincadeira.   

terça-feira, 15 de setembro de 2015

OPERAÇÃO ZELOTES MOSTRA O DNA DOS MORALISTAS CORRUPTOS.

Operação Zelotes em Porto Alegre

Postado por Juremir em 14 de setembro de 2015 -
Hoje tem audiência pública sobre a Operação Zelotes na capital gaúcha. É a investigação, sob a responsabilidade do procurador Frederico Paiva, que trata do pagamento de propinas por empresas para economizar com a Receita Federal. Na lista estão empresas gaúchas: RBS, Gerdau e Marcopolo. A RBS teria pago R$ 15 milhões por fora para não ter de entregar R$ 150 milhões ao fisco. O rombo apurado pela Zelotes bota o da Lava-Jato no chinelo: mais de R$ 600 bilhões. Tenho acompanhado de perto, como jornalista, a Zelotes. Já fizemos entrevista no Esfera Pública, da Rádio Guaíba, com o procurador Paiva.
Eu fui o primeiro a informar, no twitter, que um gaúcho seria citado na rede da Zelotes. Sabia que era Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União, o homem que quer pedalar Dilma Rousseff da presidência da República para alegria da oposição. Eu soube disso logo depois das diligências feitas na pacata cidade de Santo Ângelo.Por prudência jornalística, dei as pistas, mas não o nome, em seguida citado pela revista CartaCapital, pelo blogue Cafezinho e depois noticiado pelos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. A mídia tentou, mas não conseguiu guardar a notícia no cofre.
A Zelotes mexe num pulgueiro. Muita gente boa acha que sonegar não é crime. Nas manifestações verde-amarelas contra Dilma, em março, abril e agosto, havia cartazes defendendo que sonegar é ato de legítima defesa. O assunto dificilmente chega às manchetes dos telejornais globais. Mesmos os parlamentares não se ocupam dele. A grande exceção é deputado gaúcho Paulo Pimenta (PT).
Felizmente o juiz Ricardo Augusto Soares Leite – que sentava em cima de todas as demandas do Ministério Público, como o pedido de prisão de 26 suspeitos – foi substituído. O procurador Frederico Paiva não estava com a “sorte” de contar com um juiz Sérgio Moro. Por que será?
Terá a ver com o fato de investigar poderosas empresas de comunicação?
Seis empresas integram a lista das favoritas para constar na relação das primeiras denunciadas pelo Ministério Público. A RBS e a Gerdau estão entre elas. Os céticos garantem que nenhum grã-fino conhecerá um par de algemas nem as instalações de uma prisão ao estilo paranaense. O buraco seria mais embaixo ou muito mais acima. O Brasil tornou-se um país tragicômico. Chora-se e ri ao mesmo tempo. Convulsivamente. Investigadores são investigados. Moralistas não têm moral. Controladores de contas passam a ser controlados pela análise do que passaram ou apagaram. Ninguém parece escapar. O olhar da mídia, contudo, é bastante seletivo. O bacana seria juntar a Zelotes e a Lava-Jato numa purificação total da nação. Os que se entusiasmam com a Lava-Jato tendem, contudo, a não sentir tesão pela Zelotes.
A Lava-Jato detonou a relação dos políticos com as empreiteiras. A Zelotes traz à tona as nada republicanas relações de empresas de ramos variados com intermediários para sangrar o tesouro nacional pela burla à Receita Federal. Sem políticos na jogada, a mídia perde um pouco do interesse pela novela. Com mídia na parada, o resto do interesse vai pelo ralo. Sonegar é como estupro. Cadeia.
Chegará o tempo utópico de ver atrás das grades os que sonegam impostos?

domingo, 23 de agosto de 2015

O POVO GAÚCHO E O PILANTRA.

      FALTA DE RESPEITO E PILANTRAGEM COM POVO GAÚCHO.

    

     Todos sabem reconhecer um pilantra, quado veem um, mas poucos acreditam que aquele homem ou mulher, realmente é um pilantra , muitas vezes pagam para ver, realmente no que estão vendo, é o que parece ser,  depois de apostar no pilantra não podem voltar atras, e passam a defende-lo, ou não , pois vai da índole de cada pessoa.
      
     Na campanha para governador de 2014 aqui no RS, tinha muitos candidatos, com projetos de governos muito distintos e alguns semelhantes, claro a população logo ficou meia confusa e talvez não sabia bem em quem apostar seu precioso voto, logo começou as especulações de pesquisas, umas fajutas e outras traziam algumas certezas, mas no meio disto tudo tinha um candidato que não apresentava nada, ou seja não tinha projeto de governo , não prometia nada, só dizia que depois de eleito não aumentaria impostos e resolveria todos problemas da saúde , educação, segurança publica e para isso não faria nenhum empréstimo .
     
     O candidato diferente tinha como principal aliada sua mamãezinha , que dizia que se votasse no seu filhinho o povo gaúcho não iria se arrepender , pois como filho ele jamais havia decepcionado-a. O povo gaúcho cansado de promessas e projetos de governos resolveu votar em quem não prometia nada de concreto, que não tinha projeto de governo, que só pensaria em soluções para os problemas dos gaúchos só depois de eleito, que tinha a família a seu lado , no caso sua mãe, mais do que isso colocara os professores baderneiros em seu devido lugar, ainda na campanha, ou seja, na TUMELERO, o mais interessante deste candidato que ele não pertencia a partido nenhum, pois seu PARTIDO ERA O RIO GRANDE.
     
     O povo gaúcho pagou para ver, apostou todas suas fichas, acreditou cegamente que seu voto era correto, pois jamais imaginou que tudo aquilo fazia o jogo de cena de um dos maires pilantras da história política do Rio Grande do Sul, um verdadeiro estelionato eleitoral , só comparado a Collor de Mello cujo candidato apoiou quando este foi eleito, o povo gaúcho tão ético e seguro de suas posições politicas, apostou em um pilantra, que sonega a própria cidadania dos gaúchos, que hoje sente vergonha por ser governado por um pilantra.

terça-feira, 14 de julho de 2015

MUJICA DETONA COM A EXTREMA DIREITA NO BRASIL.


Mujica acusa extrema direita no Brasil de querer "criminalizar" governo Dilma

 

O ex-presidente do Uruguai, José Mujica (2010-2015), disse nesta terça-feira em seu programa de rádio que a extrema direita brasileira promove uma campanha para "criminalizar o PT porque não pode aceitar a liderança de homens e mulheres que não são da sua entranha".

"Há uma dura, frenética e pensada campanha da extrema direita que procura criminalizar o PT, a senhora presidente (Dilma Rousseff) e Lula", opinou Mujica, que acrescentou que essa conjuntura lembra a época de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954), "esse grande presidente da história do Brasil".
O ex-presidente não fez referências a episódios concretos, mas assinalou que essa campanha de "criminalização começou há mais de dois anos, e usa toda a artilharia possível, naturalmente tendo como ponta de lança os grandes meios de comunicação que estão ao seu serviço".
Para ele há um Brasil "conservador, reacionário, que pensa com um selo paulista como se São Paulo fosse uma nova metrópole, e que como tal o resto do país deve se subordinar".
Desde o início deste ano, o chamado Movimento Brasil Livre, nascido em São Paulo, convocou protestos em várias cidades do país contra a presidente brasileira, a acusando de ter responsabilidade no escândalo de desvio de dinheiro público na Petrobras.
Em maio, cerca de 300 manifestantes em Brasília entregaram ao Congresso um documento exigindo o início de um julgamento político para a cassação de Dilma por corrupção.
Nesse contexto, Mujica classificou como natural que se queira "obscurecer a façanha" que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva significou porque "esse ranço capitalista do Brasil imperial não pode aceitar a liderança de homens e mulheres que não são de sua entranha, mas definitivamente tendem a ser e representar as imensas maiorias".
"Tirar 40 milhões de cidadãos da miséria. É isso o que significou o governo do PT e principalmente o impulso de Lula, assinando talvez em termos quantitativos a maior façanha da história econômica da América Latina, se por façanha se entende como vivem as pessoas e não simplesmente números, papéis", avaliou.
Além disso, Mujica sustentou que a política de inclusão social realizada pelo governo petista no Brasil desde 2003 não foi suficiente porque ainda há "diferenças internas avassaladoras que conseguiram diminuir, mas só diminuir", e afirmou que ainda há "muito pela frente".
"Este dilema político que está colocado hoje definirá a sorte de milhões de brasileiros que, conscientes ou não, ainda sofrem discriminação de caráter econômico nesse país continental, tão rico e tão importante para o resto dos latino-americanos", ressaltou.
No final dos quase 10 minutos que dedicou a este tema na rádio local "M24", o ex-presidente uruguaio disse que "está com aqueles que dentro do Brasil lutam pela igualdade, pelo desenvolvimento, por compartilhar a riqueza, por fazer crescer a justiça social e por multiplicar a irmandade entre os povos latino-americanos".
"O outro é uma lição imperial que já conhecemos e naturalmente não podemos ser neutros", concluiu.

domingo, 5 de julho de 2015

OS IMBECIS , OS CONSERVADORES E A EXTREMA DIREITA SÃO OS FASCISTAS DO BRASIL ATUAL.


PROFESSOR DE STANFORD SOBRE AGRESSOR DE DILMA: “FASCISTA E IMBECIL”

:
Um professor da universidade de Stanford escreveu uma carta à imprensa brasileira, para protestar contra os ataques de dois estudantes brasileiros à presidenta Dilma; "Esperemos que a imprensa brasileira, que deu imenso cartaz ao fascista, dê também atenção ao protesto antifascista dos professores e alunos de Stanford", diz o texto; segundo o documento, "os xingamentos lembram "a virulência de grupos políticos fascistas"; a carta afirma que os ataques mostraram "o trágico resultado de dar energia e exposição para esse tipo de imbecil

Por Paulo Blikstein, professor na Universidade de Stanford, EUA

Carta enviada ao Painel do Leitor da Folha, sobre um “protesto” durante a visita de Dilma à Stanford.
Durante a visita de Dilma aos EUA, professores e alunos do Lemann Center, um centro que estuda educação brasileira na Universidade de Stanford, se organizaram para falar com a presidenta. Nossa reunião foi frustrada porque dois jovens brasileiros furaram a segurança de Stanford, entraram no prédio, e dirigiram ofensas lamentáveis à presidenta, no mesmo recinto onde estavam convidados como Mark Zuckerberg e o chairman do Google, Eric Schmidt.
O direito de protestar é um pilar da democracia. Mesmo entre os alunos brasileiros de Stanford, há aqueles que são partidários do governo e os que estão na oposição.
Mas o tipo de ataque desses dois jovens (que têm fotos com Jair Bolsonaro no Facebook), lembra a virulência de grupos políticos fascistas que infelizmente proliferam pelo mundo. Entre erros e acertos do governo e da oposição, há um erro que ambos devem evitar a todo custo: ignorar o perigo do crescimento desse tipo de ideologia violenta e fascista, normalmente acompanhada de homofobia e racismo.
Há oposição construtiva e inteligente no país, e ela não deve jamais se deixar confundir ou se aliar a esses grupos. O governo, por sua vez, não deve também confundir a oposição responsável com esses grupos que sempre acabam do lado errado da história.
Os recentes acontecimentos em Charleston, nos EUA, mostram o trágico resultado de dar energia e exposição para esse tipo de imbecil.
Paulo Blikstein

sexta-feira, 19 de junho de 2015

SENADORES FASCISTA DO BRASIL VÃO PARA VENEZUELA TUMULTUAR E SÃO ESCORRAÇADO PELO POVO.




Senadores brasileiros que em outras épocas, e mesmo neste ano, defenderam a implantação da ditadura militar no Brasil, ou seja, adeptos da tortura e tudo que for antidemocrático, estes "político" viajaram para Venezuela, com o objetivo de visitar alguns presos políticos , na verdade o objetivo era de tumultuar e aparecer na mídia local, como sentinelas da democracia.

Estes senhores que viajaram ao país vizinho, queriam mostrar aquilo que jamais foram , ou seja ,democráticos, pois seus partidos, são adeptos, aqui no Brasil do Fascismo, pois enquanto foram governo, massacraram grupos de pessoas sem tetos, desempregados, homossexuais, sem terra, estudantes, líderes sindicais, professores, enfim a ficha corrida de Caiado , Agripino, Aloísio Nunes  e Aécio enquanto governos, é muito negativa, atacavam qualquer manifestação contra seus governos.

Um exemplo do neo-fascismo, é o  governo do PSDB do Paraná, pois atacaram covardemente uma manifestação pacifica dos professores, deixando centenas de professores feridos gravemente. Estes senadores fascista que foram a Venezuela, sentiram na pele a fúria popular, e por pouco não foram linchado pela população, daquele país, pois aquele povo, que durante muito tempo foi roubado pela elite local, aliado dos norte americanos, sabe muito bem quanto custa um governo igualitário e democrático, dos recursos naturais, ou seja, a Venezuela esta há anos luz frente ao Brasil , pois nossas elites fascista, com as suas lideranças, foram as ruas, junto a uma pequena parcela da população, recalcada, com gosto autoritário, de viés ditatorial pedir a volta do fascismo militar,ou seja dos milicos.

É impressionante a vocação dos políticos brasileiro para apoiar a violência , de lutar contra governos democráticos pró trabalhadores, preferem bajular a política dos EUA, de intervenção nas republicas democráticas e de esquerda,pois começam a se libertar das amarras torturante do capitalismo selvagem, que mata a população pela falta de alimento ,escravizam os trabalhadores e tiram seu direitos. Nossos Senadores deram um péssimo exemplo, tentando intervir na política doméstica de um vizinho, que cresce economicamente no mínimo o triplo do Brasil por ano.

terça-feira, 9 de junho de 2015

"CANUDOS" É LOGO ALI EM SAPIRANGA...Ocupação Jacobina luta por uma vida que não se resuma a pagar aluguel

FONTE: SITE SUL 21
Para a maioria, a decisão de partir para a ocupação foi uma necessidade: salários médios de 900 reais e aluguéis que variam entre 400 e 500 reais.  (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Para a maioria, a decisão de partir para a ocupação foi uma necessidade: salários médios de 900 reais e aluguéis que variam entre 400 e 500 reais. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Marco Weissheimer
A Ocupação Jacobina começou no dia 2 de maio deste ano e só nos últimos dias, cerca de um mês depois, ganhou visibilidade nos meios de comunicação. A escolha do nome da ocupação tem uma inspiração histórica e geográfica. A área de 26 hectares localizada ao norte do município de Sapiranga, fica ao pé do Morro Ferrabraz, região que foi cenário de um intenso conflito político, religioso e social, no final do século XIX, envolvendo os Mucker, grupo liderado por Jacobina Maurer. No entanto, a pauta de reivindicações das cerca de 500 famílias que construíram a Ocupação Jacobina agora no início do século XXI é mais simples e não tem pretensões religiosas. Reivindicam o cumprimento do que está previsto no artigo 6º do Capítulo II da Constituição de 1988: o direito à moradia.
Para a maioria, a decisão de partir para a ocupação foi uma necessidade: salários médios de R$ 900 e aluguéis que variam entre R$ 400 e R$ 500. Pagar aluguel, para muitos, passou a significar não ter o que comer. Algumas famílias ainda mantém uma casa alugada, mas decidiram se integrar à ocupação para conquistar uma moradia própria. Outras abandonaram o aluguel ou foram despejadas e mudaram-se definitivamente para o acampamento. No dia 3 de junho, um oficial de justiça comunicou às famílias a decisão da juíza Káren Rick Danilevicz Bertoncello, da 2ª Vara Cível da Comarca de Sapiranga, que determinou que elas devem deixar a área até a próxima quarta-feira (10). As famílias acampadas dizem que não sairão da área sem ter um encaminhamento para suas reivindicações.
As famílias reivindicam a desapropriação da área, que não estaria cumprindo a sua função social, e cobram a elaboração de projetos habitacionais no município. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
As famílias reivindicam a desapropriação da área, que não estaria cumprindo a sua função social, e cobram a elaboração de projetos habitacionais no município. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Área está no nome do filho da prefeita e do deputado Renato Molling
A área ocupada no início de maio pertence à empresa VLM2 Consultoria, Participações e Empreendimentos LTDA, de propriedade de Vinicius Molling, filho da prefeita de Sapiranga, Corinha Molling (PP) e do deputado federal Renato Molling (PP), que está sendo investigado na Operação Lava Jato. Maria Cezar Santa Ornes, irmã da prefeita, também possui parte da empresa – menos de 1%. Segundo a coordenação do Movimento das Trabalhadoras e dos Trabalhadores por Direitos (MTD), várias tentativas de interlocução com a Prefeitura de Sapiranga já foram feitas desde o início da ocupação, sem nenhum retorno efetivo até agora. As famílias reivindicam a desapropriação da área, que não estaria cumprindo a sua função social, e cobram da atual prefeita a elaboração de projetos para a construção de novas moradias no município, conforme prometeu durante a campanha eleitoral.
Assim como ocorre em outros municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a região já foi cenário de outras ocupações nas últimas décadas, que deram origem a novos loteamentos, como o João Goulart. Há poucos quilômetros da Ocupação Jacobina há outro marco histórico da luta recente dos trabalhadores por direitos: perto da rodoviária de Sapiranga, uma cruz marca o local onde o sindicalista Jair da Costa foi assassinado por policiais militares, em 2005, durante uma manifestação de trabalhadores. Os responsáveis pela morte até hoje não foram julgados.
A Ciranda funciona como espaço de recreação e educação para as crianças que estão com suas famílias. Duas professoras e um ajudante se encarregam das atividades com as crianças em dois turnos. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
A Ciranda funciona como espaço de recreação e educação para as crianças que estão com suas famílias. Duas professoras e um ajudante se encarregam das atividades com as crianças em dois turnos. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Um mesmo objetivo: se livrar do aluguel
Ao longo das últimas semanas, a Ocupação Jacobina tornou-se uma pequena vila. Enfrentando muitas precariedades, como a falta de energia elétrica e água encanada, as famílias acampadas foram desenvolvendo uma infraestrutura básica que inclui fogões e fornos de barro, uma cozinha coletiva, um sistema de segurança próprio, um campo de futebol e uma Ciranda que funciona como espaço de recreação e educação para as crianças que estão com suas famílias. Duas professoras e um ajudante se encarregam das atividades com as crianças em dois turnos. As crianças que vão à escola pela manhã, tem Ciranda à tarde, e às que vão à escola à tarde, ficam na Ciranda pela manhã. Sabrina Bitencourt Carvalho, uma das professoras, fala sobre seu trabalho e sobre a ocupação com emoção: “Eu me achei, me encontrei aqui. Eu digo que hoje tenho 63 filhos, os meus três e as outras 60 crianças que estão na Ocupação”.
As estruturas são precárias e provisórias, mas o objetivo é uma conquista definitiva. “Todo mundo que está aqui está buscando a garantia de uma moradia para se livrar do aluguel, que varia entre R$ 350 e R$ 500”, resume Juliane Camargo, da coordenação da ocupação. A maioria trabalha na indústria do calçado, com um salário médio de R$ 900. A terceirização, via pequenos e médios ateliers, é uma prática recorrente por parte das grandes empresas do setor. O relato dos terceirizados é praticamente o mesmo: somando o custo de aluguel, luz e água, não sobra quase nada ou nada para comer, para não falar de outros itens do dia a dia.
Lise Daiane Preto viveu seu aniversário de 28 anos, no dia 5 de junho, dentro da Ocupação Jacobina. “Estou aqui deste o início e posso dizer que está sendo uma experiência muito boa. Eu fui despejada da casa onde morava e pagava um aluguel de R$ 480”, diz, repetindo um relato comum entre muitos integrantes da ocupação. Casada, com dois filhos, Lise trabalha atualmente vendendo produtos de limpeza. “A gente tem que lutar, tem que ir até o fim. Eu vou até o fim nesta luta. Não tenho outra alternativa”, diz Lise, acompanhada de perto pela filha Yasmin, uma extrovertida menina de 6 anos, que já sabe de cor os cantos de mobilização da Ocupação.
Enfrentando muitas precariedades, como a falta de energia elétrica e água encanada, as famílias acampadas foram desenvolvendo uma infraestrutura básica, que inclui atividades recreativas e educacionais para as crianças. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Enfrentando muitas precariedades, como a falta de energia elétrica e água encanada, as famílias acampadas foram desenvolvendo uma infraestrutura básica, que inclui atividades recreativas e educacionais para as crianças. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)
Precariedade e invenção
Se, por um lado, é sinônimo de muita precariedade, a ocupação é também um espaço de inventividade e criação. Um exemplo disso é o fogão de barro construído por Daiane Peixoto Wagner, apelidado de “Jipão”. Ela conta que nunca havia feito um antes e se guiou pelo que já havia visto sobre ele. A peça que, além de utensílio de cozinha, transformou-se num potente aquecedor, tem dois ingredientes básicos: barro moldado com as mãos e uma chapa de fogão. Além dos fogões de barro, há hortas brotando em vários cantos do acampamento, inclusive em vasos feitos com garrafas pet. A convivência entre precariedade e invenção de soluções vem desde o primeiro dia da ocupação, quando, por duas vezes, o vento colocou abaixo as barracas construídas. Após o segundo vendaval, no dia 3 de maio, a coordenação da ocupação chamou uma assembleia para ver quem tinha permanecido e foi surpreendida com o fato de que praticamente todos continuavam na área.
Israel Brito: "Cerca de 90% das pessoas que estão aqui já tem cadastro na prefeitura". (Foto: Caroline Ferraz)
Israel Brito: “Cerca de 90% das pessoas que estão aqui já tem cadastro na prefeitura”. (Foto: Caroline Ferraz)
Motorista atualmente desempregado e morador de Sapiranga há cerca de 11 anos, Israel Augusto de Brito – “com um ‘t’ só”, brinca – conta que boa parte das pessoas que vieram para a ocupação entregaram as casas que estavam alugando e trouxeram seus móveis. “Na campanha eleitoral, a atual prefeita prometeu construir 2 mil casas. Não fez nenhuma até agora. Cerca de 90% das pessoas que estão aqui já tem cadastro na prefeitura que não encaminhou nenhum projeto de moradia junto ao governo federal”, diz Israel.
“Se vocês não se aventurarem, não vão conseguir nada”
Jeferson Ferreira e Catiane Rodrigues têm dois filhos e pagam aluguel de aproximadamente R$ 350. Inscritos há sete anos no programa Minha Casa, Minha Vida, ainda perseguem o sonho de uma moradia própria. No caso de Catiane, é uma luta que atravessa gerações. Há 12 anos, ela participou de outra ocupação em Sapiranga, acompanhando a mãe, que acabou por conquistar a sua casa. Agora, ela segue o exemplo da mãe e garante que não vai desistir. O marido, Jeferson, relata uma conversa insólita que tiveram com o deputado federal Renato Molling há cerca de dois meses no escritório que o parlamentar mantém em Sapiranga. “Nós questionamos eles sobre pessoas que estão em cima de áreas verdes com canchas de bocha nesta região. Ele não deu muita conversa pra nós, mas falou: Se vocês não se aventurarem, não vão conseguir nada”. Jeferson e Catiane decidiram seguir o conselho do deputado.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A DITADURA DE FRANCO UNIU FUTEBOL E POLÍTICA NOS ESTÁDIOS ESPANHÓIS.



Da ditadura ao separatismo, futebol e política caminham de mãos dadas na Espanha

Lado B da bola - Espanha
Na Espanha, futebol e política se misturam como em poucos lugares no mundo
FONTE:André Donke, Guilherme Nagamine, Igor Resende e Jean Santos, do ESPN.
Pela terceira vez em seis anos, Madri pouco se importará com a decisão da Copa do Rei. Isto porque Barcelona e Athletic Bilbao jogarão de novo a a final da disputa, neste sábado, o que já acontecera em 2009 e 2012. O confronto já foi um clássico no futebol doméstico e também representou - e ainda representa - bastante em questões políticas. Na verdade, é difícil imaginar o esporte mais famoso do planeta separado da política na Espanha.
"O povo espanhol é bastante politizado e participativo em questões sociais", contou ao ESPN.com.br o chefe de esportes do jornal catalão "ARA", Toni Padilla, 
Como não poderia deixar de ser, na Espanha, o envolvimento político no futebol sempre foi mais conhecido e refletido por meio do seu grande clássico: Barcelona x Real Madrid.
Embora não fossem tão soberanos quanto são atualmente, os dois clubes apareciam desde o começo do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei entre os principais e alternavam títulos com Athletic Bilbao, Valencia, entre outros.
Mais do que a rivalidade no campo, ambos também nutriam uma adversidade fora dos gramados. As diferenças entre os espanhóis da capital e os catalães com seu desejo separatista sempre influenciaram neste cenário e se intensificaram após o Franquismo (período da ditadura no país, leia mais abaixo), que começou logo após o fim da Guerra Civil Espanhola, em 1939 (veja mais abaixo)
A situação política entre Real e Barça é famosa não só na Espanha como no mundo, da mesma forma que o posicionamento do Athletic Bilbao, equipe do País Basco, região que, assim como a Catalunha, luta por sua independência. Porém, o que pode não ser tão conhecido é que a politização vai muito além dos três clubes ou de catalães e bascos com o resto do país ibérico.
Um levantamento feito pelo jornal "Marca" em dezembro de 2014 apresentou 14 torcidas organizadas entre os 20 clubes da primeira divisão que possuem ideologias políticas, independentemente de caráter violento ou não.

Envolvimento político de torcidas no futebol

ClubeNome da torcidaInformações
Atlético de MadriFrente AtléticoÉ uma ala de extrema direita que costuma ocupar o Fundo Sul do Vicente Calderón nas partidas
Athletic BilbaoHerri NorteFundada em 1981, a torcida se declara "101% antifascistas e antirracistas" e teve alguns conflitos com radicais do Porto
BarcelonaBoixos NoisO grupo, que significa caras loucos, em catalão, é de extrema direita, fundado em 1981 e foi expulso do Camp Nou pelo ex-presidente Joan Laporta. Em 2010, membros da torcida foram presos por envolvimento com drogas ilícitas
Celta de VigoCeltarrasÉ uma torcida de mais de 200 pessoas de extrema esquerda e se denomina antifascista. Eles boicotaram o minuto de silêncio em memória de uma policial assassinada em Vigo durante assalto a um banco em novembro de 2014. A atitude foi fortemente condenada pelo clube
CordobaBrigadas BlanquiverdesA torcida, fundada em 1993, é de extrema direita, tem cerca de uma centena de adeptos e causou alguns incidentes nos últimos anos
Deportivo La CoruñaRiazor BluesA torcida é composta por radicais de esquerda e nacionalistas galegos, foi fundada em 1987 e acabou em 2003, depois que um integrante matou um torcedor do próprio Deportivo, chamado Manuel Ríos, que tentou defender um fã do Compostela que era atacado por um grupo de radicais do time de La Coruña. Porém, a torcida voltou meses depois e hoje reúne cerca de 2 mil pessoas em seu espaço no estádio
ElcheJove ElxA organizada é de extrema direita e não tinha boa relação com José Sepulcre Coves, que foi presidente do clube até o fim de abril deste ano
EspanyolBrigadas BlanquiazulesO grupo é de extrema direita e foi um dos grupos de ultras com maior evidência nas décadas de 80 e 90. Os seus símbolos não são permitidos no estádio
MálagaFrente BokerónA torcida é de extrema direita e reúne entre 100 e 200 pessoas no estádio
Rayo VallecanoBukanerosO grupo tem cerca de 700 adeptos, é de extrema esquerda e tem uma ideologia antissistema. Tem problemas com o governo, que o acusa de participar de distúrbios em manifestações, e sua relação também é ruim com o clube
Real MadridUltra SurA organizada é de extrema direita e teve a entrada de muitos membros impedida pelo Real Madrid, que não a reconhece como torcida
Real SociedadPeña MújicaA torcida apareceu na década de 80, tem uma vocação independentista, é de extrema esquerda e mantém relações normais com o clube 
SevillaBiris NorteÉ a organizada mais antiga da Espanha, tendo sido fundada em 1975. A torcida é de extrema esquerda, fica no gol norte do estádio Ramón Sánchez Pizjuán e tem divergências com a diretoria
ValenciaUltra YomusÉ uma torcida com vocação de extrema direita e que foi expulsa do Mestalla em janeiro deste ano

Qual seria, então, o motivo de uma relação tão forte entre política e futebol na Espanha? Na verdade, não é um, são vários. 
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Espanhóis têm protestado por conta dos efeitos da crise econômica no país
Espanhóis têm protestado nos últimos anos
Dois deles são a educação - a Espanha ficou em um ótimo 12º lugar em um ranking mundial de educação da Unesco de 2011 - e o efeito da crise econômica de 2008, que ainda afeta o país. Ao final do primeiro trimestre deste ano, o índice de desemprego era de 23,78%.
"A politização europeia advém do próprio fato de uma população com nível educacional mais elevado", afirmou ao ESPN.com.br o professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Marcus Vinicius de Freitas. "Tem também o momento de crise econômica. Quando a economia está bem, as pessoas esquecem um pouco da política, mas, quando está mal, elas são mais participativas."
Além disso, a Espanha tem uma concepção diferente em relação à maioria dos países, já que é formada por 17 regiões autônomas (Andaluzia, Aragão, Astúrias, Baleares, País Basco, Ilhas Canárias, Cantábria, Catalunha, Castela-La Mancha, Castela e Leão, Estremadura, Galícia, La Rioja, Comunidade de Madrid, Região de Múrcia, Comunidade Foral de Navarra e Comunidade Valenciana).
Cada uma tem sua identidade cultural e autonomia, o que proporciona características próprias e contribui para um sentimento nacionalista. "Você tem algumas ‘Espanhas' pela própria história. A Espanha é uma unificação de alguns membros que passaram a fazer parte de um conjunto. Só que as entidades nacionais não se perderam ao longo da história", explicou Freitas.
FRANQUISMO (1939-1976) 
Esse sentimento ficou ainda mais forte após o início da ditadura do general Francisco Franco, que passou a governar de forma repressiva e foi um obstáculo em relação à autonomia das comunidades espanholas. Não à toa, o grupo armado ETA (Euskadi Ta Askatasuna - Pátria Basca e Liberdade, em basco) foi fundado em 1959, em meio ao governo militar, com o objetivo de conseguir a independência do País Basco - em 20 de outubro de 2011, após mais de 50 anos de ação, o mesmo anunciou o fim de suas atividades e, desde então, segue inativo.
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Francisco Franco presidiu a Espanha de 1939 a 1975
Franco presidiu a Espanha de 1939 a 1975
"O fato de ter acontecido uma repressão faz com que os indivíduos queiram participar mais para impedir que isso se repita. A repressão deu causa a um envolvimento político maior", declarou o professor da FAAP.
Franco ascendeu ao poder em 1939 após um grupo nacionalista vencer a Guerra Civil. Para isso, precisou da ajuda de Alemanha e Itália. Nos anos posteriores, retribuiu o auxílio aos regimes fascistas durante a Segunda Guerra Mundial.
A política tinha como bases o catolicismo e o anticomunismo, além de se caracterizar por uma forte repressão aos seus opositores. Economicamente, o país ficou estagnado, mas contava com o apoio financeiro dos Estados Unidos em meio à Guerra Fria. Além disso, Franco manteve-se firme na liderança graças ao radicalismo de seu governo, que controlava todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário).
A ditadura só acabou após a morte de Francisco Franco, aos 82 anos, em 1975. A partir de então, a Espanha passou a uma democracia parlamentar, teve a liderança do príncipe Juan Carlos I e suas comunidades voltaram a ter maior autonomia. De qualquer forma, um resquício da política do general segue em uma parcela da população.
O presidente da Liga de Futebol Profissional (entidade que organiza o Campeonato Espanhol), Javier Tebas, por exemplo, militou no Fuerza Nova, um partido franquista, durante a década de 70.
O impacto da ditadura também atingiu o futebol, e o nacionalismo espanhol foi para dentro das quatro linhas. Manifestações pró-Catalunha e bandeira da comunidade eram impedidas de marcarem presença nos estádios.
Uma história bem conhecida do futebol espanhol datada de 1943 indica a interferência da política. Após vencer em casa por 3 a 0 o Real Madrid, que ficou conhecido popularmente como o time do Franquismo, o Barcelona foi atropelado por 11 a 1 e acabou eliminado. 
Relatos apontam que um diretor de estado da Espanha visitou armado o vestiário dos catalães antes do jogo e disse "alguns de vocês estão apenas jogando por causa da generosidade do regime, que os perdoou pela sua falta de patriotismo." Além disso, o árbitro da partida estaria claramente apitando a favor dos mandantes.
TEMPOS ATUAIS 
Com o fim do Franquismo e a consequente maior liberdade de expressão na Espanha, as manifestações separatistas passaram a fazer parte do esporte, principalmente envolvendo o País Basco. Dessa forma, não houve um clima pacífico no futebol mesmo após a ditadura. "Hoje não há mais violência (no futebol basco). Já as décadas de 80 e 90 foram a época com mais violência, foi um período muito duro", disse Padilla.
O fim da ditadura e a maior autonomia do País Basco não diminuíram o ímpeto do ETA, que almejava a independência total da região. A situação viria a diminuir só neste século: a organização declarou um cessar-fogo permanente em 2006, mas que não foi cumprido. Uma nova trégua veio em 2011 e segue firme.
Enquanto isso, a realidade foi inversa na Catalunha, que vê o sentimento de emancipação em alta. Uma votação não oficial realizado no fim do ano passado mostrou que 80,7% da população deseja a independência da região.
Em meio a este cenário, Barcelona e Athletic Bilbao decidem a Copa do Rei. Este encontro - pela mesma fase do mesmo torneio - teve um episódio marcante do ponto de vista político em 2009. No momento da execução do Hino espanhol, os torcedores presentes no estádio Mestalla, em Valência, vaiaram, e a televisão pública, que transmite a decisão da competição, abaixou o seu volume para censurar o gesto dos fãs.
Porém, a tendência é que o jogo não envolva grande mobilização pela política, até pelo fato de estar se repetindo com frequência. "Tiveram muitas oportunidades nos últimos anos, é normal já. A maioria dos amistosos das seleções catalã e basca envolve mais como questão política", contou o jornalista, que ainda lembrou que Athletic x Barcelona já foi dérbi.
"Em nível esportivo, havia muita rivalidade. Até a Lei Bosman (criada em 1995 e que fazia os jogadores da União Europeia não contarem como estrangeiros), era um jogo quase como contra o Real Madrid, não havia boa relação. O Athletic brigava mais por títulos, mas foi afetado com a política da Lei Bosman."
De qualquer forma, a final da Copa do Rei de 2015 já causou um mal-estar no Real Madrid, que não quis ceder seu estádio. A vontade dos dois finalistas era jogar a decisão no estádio Santiago Bernabéu, maior, mas, como o clube merengue não é obrigado a disponibilizar sua casa, decidiu não liberá-la, o que lhe rendeu críticas.