quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PESQUISA IBOPE REVELA AQUILO QUE OS PARLAMENTARES TEMEM: O POVO EXIGE A REFORMA POLÍTICA JÁ.

Pesquisa Ibope sobre reforma política confirma o que o Congresso teima em ignorar

Saber que quase a totalidade da população brasileira é a favor de uma reforma política feita por suas próprias mãos é a melhor notícia do dia. Os dados da pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (06), e feita à pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), revelam que 92% dos entrevistados são a favor de projeto de lei por iniciativa popular para uma proposta neste sentido. Ou seja, se o Congresso Nacional continuar insistindo em aprovar apenas uma mini-reforma que, do jeito que está, não irá alterar os mecanismos mais daninhos ao sistema político, irá apenas procrastinar uma inversão das forças políticas que já começou no país com as manifestações de junho deste ano.
Depois de ter entrevistado o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), nos meus últimos dias como repórter do Sul21, percebi o quão comprometido estava o avanço da proposta de um plebiscito para mudar a política no país. A decisão de realizar uma Assembleia Constituinte, em que as mudanças fossem sugeridas de baixo para cima, não se manteve por parte da presidenta Dilma Rousseff. Ela sinalizou com esta resposta depois das manifestações, mas recuou no primeiro chiar dos parlamentares. Restou criar um Grupo de Trabalho na Câmara Federal para encaminhar um possível referendo, aquele processo de escolha entre uma ou outra ideia já sugerida. Porém, até isso não foi possível pactuar com este Congresso que ai está.
Após o golpe interno do PT paulista no melhor nome para liderar o processo de consulta sobre a reforma política, que na minha opinião era o propositor da última proposta de reforma no Congresso (Henrique Fontana), a ideia que surgiu foi uma ‘mini-reforma’. Para termos ideia do tamanho do comprometimento dos atuais deputados e senadores com o sistema eleitoral vigente, o texto elaborado pelo grupo liderado pelo deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP) libera pré-campanhas na internet e autoriza candidatura de quem teve as contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral.
Foto: Reprodução Agência Câmara
Texto a ser votado em agosto. /Foto: Reprodução Agência Câmara
Além de não corrigir as distorções do sistema político e atentar contra a Lei da Ficha Limpa, o texto que está na iminente votação e a tradução mais perfeita da falta de compromisso do Congresso com a voz das ruas. É inconcebível que eles realmente ignorem que 85% dos brasileiros entrevistados pelo instituto Ibope queiram a reforma política já valendo nas próximas eleições e que 90% deles pediram punições mais rigorosas contra a prática do ‘caixa-dois’.
Aliás, 78% dos entrevistados se posicionaram contra a participação de empresas nas campanhas. Isto é o reflexo de que as pessoas tem total compreensão sobre financiamento público de campanha e outros tópicos que alguns disseram que o povo não seria capaz de responder em um plebiscito.
Aqui no Rio Grande do Sul mais de 40 mil eleitores manifestaram sua opinião sobre reforma política na votação das prioridades para o Orçamento do Estado 2014. que começou nesta terça. Do total de votantes neste primeiro dia, 17 mil são favoráveis a uma Constituinte exclusiva para a reforma política, e a maioria dos participantes indica a “maior participação da população nas decisões públicas” como principal tema de interesse.
Portanto, o que falta para este Congresso avançar em uma reforma política séria e de acordo com a vontade dos seus eleitores?

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