quinta-feira, 29 de novembro de 2012

JOELMIR BETING: O JORNALISMO SÉRIO E SINCERO ESTÁ DE LUTO.


O Brasil perde um jornalista honesto e com caráter exemplar, pois suas analisas política na área econômica sempre foram com isenção e mostrando a realidade do momento, como no vídeo acima em analise comparativo entre o governos Lula e FHC durante o processo eleitoral de 2010, e os motivos que o povo tinha para votar em Dima. 

JUSTIÇA DOS HERMANOS É MELHOR...


Argentina goleia o Brasil em justiça

Postado por Juremir em 28 de novembro de 2012 - Política
A Argentina começa hoje o seu megajulgamento da ditadura. Os hermanos não têm dado qualquer alívio aos seus torturadores e aos chefes de todos eles.
Deve ser parte da superioridade ética, sustentada por intelectuais anônimos, do tango sobre o samba ou do drama em relação ao fatalismo do trágico.
Enquanto isso, no Brasil, a  verdade aparece como uma infiltração. O assassinato, em Porto Alegre, de um militar ligado ao terrorismo fardado do DOI-Codi levou à descoberta de documentos importantes, que a polícia de Porto Alegre, nada republicanamente, vazou para o grupo RBS.
Um dos documentos prova que o deputado petebista Rubens Paiva esteve preso nas instalações cariocas infernais do DOI-Codi.
As nossas forças armadas têm mentido sobre isso há décadas. Assim como se mentiu durante anos sobre o assassinato de Vladimir Herzog, transformado em suicídio, o único enforcamento ajoelhado da história da humanidade.
Um dos terroristas fardados, protagonista do fracassado atentado do Rio-Centro, continua na ativa e, segundo o jornalista Marcos Rolim, é professor na academia do Exército em Brasília. Um escracho.
Três questões não podem calar:
1) Quando nossas Forças Armadas pediram oficialmente desculpas à nação, começando, por exemplo, pelas famílias de Herzog e Rubens Paiva?
2) Quando nossas Forças Armadas admitirão as suas culpas e ajudaram a tornar públicos todos os documentos que permanecem escondidos?
3) Quando serão liberados os documentos sob a guarda do III Exército, hoje Comando do Sul, existentes em Porto Alegre. Ou também serão misteriosamente vazados para a RBS?
A Argentina está goleando o Brasil em matéria de acerto de contas com o passado. Por aqui, o revanchismo dos defensores da ditadura está cada vez mais forte e impudente. Há ódio contra a democracia que se instalou permitindo a eleição de muitos dos torturados do regime militar.
O jeitinho brasileiro é apenas uma forma de tapar o sol com a peneira.
O Brasil precisa rever a sua Lei da Anistia para não continuar a manter uma duplicidade vergonhosa: os ativistas políticos que se opuseram ao regime militar foram processados, julgados, condenados, torturados, exilados ou mortos. Os torturadores a serviço do regime jamais foram molestados.
Há algo fora de compasso.
Até quando temeremos as chantagens dos revanchistas?
Até quando conviveremos com torturadores de Estado em liberdade?
Até quando aceitaremos de braços cruzados as provocações dos que cometeram crimes contra a humanidade?
O atentado do Rio Centro aconteceu depois da Lei da Anistia. A documentação agora descoberta mostra como se tentou transformar um golpe hediondo de militares em uma ação da esquerda. Ficará por isso mesmo?
O ritmo do momento, porém, é outro.
Qua tal trocar o funk pelo tango eletrônico?

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O PERIGO MORA DENTRO DAS REDES SOCIAIS.






Poderia ser mais um caso de fofocas e calunias , disseminada por pessoas que não tem o que fazer e buscam satisfazer-se com mentiras sobre a vida do qual invejam ou buscam espelhar-se, estou falando de quem vai para uma rede social fazer relatos difamatórios sobre pessoas e relacionamentos sem ter a responsabilidade de responder, pois geralmente se escondem atras de pseudônimo e no anonimato.

Na cidade onde moro(C.G.do Sul), que tem possui pouco mais de dez mil habitantes, na última semana foi sacudida por um desses perfis falsos, ou fake como gostam de chamar, desta vez a rede social usada, foi o microblog twitter, o perfil falso espalhou fofocas e difamação sobre pessoas da cidade e esteve ativo por algumas horas, parece que foi excluído, gerando um certo desconforto e mal estar, nas pessoas, maldosamente citadas, por quem não tem a miníma responsabilidade em responder por tais calúnias.

Se moramos  numa favela dominada pelo tráfico de drogas, podemos dizer que o perigo mora ao lado, se estamos trafegando em uma via, de carro, onde existam condutores que dirigem embriagados ou irresponsáveis, também podemos dizer que o perigo passa ao lado, mas se estamos conectados ou não nas redes sociais, podemos afirmar que o perigo pode estar lá dentro, desta rede social, visível ou invisível, não sabemos, pois foge do nosso controle, é algo imprevisível que não é lógico e que não há como evitar, pois mesmo não estando conectado a uma rede social, corremos o risco de sermos citado ou relacionado, em algo do tipo que ocorreu em minha pequena cidade, na última semana.

Eu particularmente faço parte de várias redes sociais e acho muito importante as redes sociais, pois as informações chegam super rápido e se espalham na velocidade da luz, mas devemos ter consciência do que postamos nas redes sociais, para que público se dirige as postagens, após uma postagem na rede social perdemos o controle do que foi postado, dependendo do assunto é reproduzido, compartilhado, curtido e visualizado milhares de vezes,e é por isso digo e repito que o perigo mora dentro das redes sociais.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

MAIS DE 3 MIL CRECHES É ANUNCIADO POR DILMA ROUSSEFF.


Na Conversa com a Presidenta desta terça-feira (20), Dilma detalhou o investimento de R$ 3,4 bilhões em creches. Em resposta a Josane Maria Dias Nascimento, de 46 anos, ela falou da importância da construção de 3.019 unidades em todo o país, e 12 em Cuiabá, cidade de Josane. Até 2014, serão 6 mil unidades em parceria com os municípios.
“Vamos construir, em parceria com os municípios, seis mil creches e pré-escolas até 2014. Para isso, nós repassamos para as prefeituras os recursos para as obras e, no primeiro ano de funcionamento da creche, pagamos também o custeio. Atualmente, temos 3.019 creches em construção em todo o país, nas quais estamos investindo R$ 3,4 bilhões”, explicou.
Dilma explicou que o primeiro passo para a construção de uma unidade deve ser dado pela prefeitura, que deve assinar termo de adesão e firmar convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério da Educação. A presidenta ainda ressaltou a importância da medida para o desenvolvimento adequado das crianças.
“Cada creche pode atender de 120 a 240 crianças, dependendo do modelo adotado. As creches, Josane, são muito importantes nessa fase que vai dos primeiros dias de vida da criança até ela completar cinco anos, quando as crianças precisam de estímulos que serão decisivos para seu desenvolvimento nas etapas seguintes do aprendizado”, completou.
Na coluna, a presidenta também respondeu ao uncionário público de Petrópolis (RJ), Marcos Barbosa, de 48 anos, que perguntou sobre a Emenda Constitucional n° 70 (EC-70), que trata da aposentadoria por invalidez do funcionário público federal, estadual e municipal. Dilma explicou que a Emenda foi aprovada pelo Congresso Nacional e está em vigor.
“Os servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003 e que se aposentaram ou vierem a se aposentar por invalidez permanente terão seu benefício calculado com base na remuneração integral do cargo efetivo ocupado no momento da aposentadoria. O benefício poderá ser integral ou proporcional, dependendo do motivo da invalidez, e será reajustado pela paridade com a remuneração dos funcionários da ativa”, detalhou.
Para o estudante de Aracaju, Oscar Henrique Costa Hardman, de 20 anos, Dilma reforçou a prioridade do governo federal nos investimentos em mobilidade urbana, que acontecem simultaneamente a redução de impostos e encargos para diversos setores industriais brasileiros, com o objetivo de fortalecer o investimento e continuar gerando empregos.
“O PAC Mobilidade Grandes Cidades, por exemplo, vai investir R$ 32,7 bilhões em 51 municípios com mais de 700 mil habitantes. São obras como a construção de metrôs, Veículos Leves sobre Trilhos e corredores de ônibus, que vão beneficiar mais de 53 milhões de brasileiros. Em julho, iniciamos a seleção de projetos para municípios com população entre 250 e 700 mil habitantes, no PAC Mobilidade Médias Cidades. Serão disponibilizados R$ 7 bilhões para que 75 cidades de médio porte, em 18 estados brasileiros, realizem obras para melhorar seu sistema de transporte coletivo” disse.
Fonte : Blog do Planalto , 20.11.2012, Postado por Kelly Girão

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

LULA BRILHA NO EXTERIOR POR SUAS AÇÕES.


Lula brilha no exterior, mídia dissimula

Postado por Juremir .
Lula e seus Prêmios
Por Marcos Coimbra
É comum haver discrepância entre a imagem de uma liderança em seu país e no resto do mundo.
Nos regimes autoritários, os governantes tendem a ser mais bem quistos em casa, pois não permitem que seus compatriotas desgostem deles. Nas democracias, acontece o inverso, e é normal que sejam mais bem avaliados fora.
Isso costuma decorrer dos alinhamentos partidários internos, que, para um estrangeiro, são pouco relevantes. Ou vem do sentimento traduzido pelo aforismo “Ninguém é profeta em sua terra”.
É mais fácil condescender com quem conhecemos menos.
No Brasil, são raríssimos os políticos que adquiriram notoriedade fora de nossas fronteiras. Só os brasilianistas conhecem a vasta maioria, que chegou, no máximo, à América do Sul e aos países de expressão portuguesa.
Lideranças brasileiras de fato conhecidas internacionalmente são duas: Fernando Henrique e Lula. Dilma está a caminho de ser a terceira.
O tucano é um exemplo daqueles cuja imagem interna e externa é marcadamente distinta.
Fora do Brasil, FHC é visto com olhos muito mais favoráveis que pela maior parte dos brasileiros. É evidente que tem admiradores no País, mas em proporção substancialmente menor que o daqueles que não gostam dele.
Tem, no entanto, reconhecimento internacional, que se traduz em homenagens, prêmios e convites para integrar colegiados de notáveis.
Sempre que é saudado no exterior, nossa mídia e os “formadores de opinião” de plantão registram com destaque o acontecimento, considerando-o natural e como a compreensível celebração de suas virtudes.
Acham injusta a implicância da maioria dos brasileiros para com ele.
Lula é um caso à parte. A começar por ser admirado dentro e fora do país.
Como mostram as pesquisas, os números de sua popularidade são únicos em nossa história. Foi um governante com aprovação recorde em todos os segmentos relevantes da sociedade, em termos regionais e socioeconômicos.
Acaba de colher uma vitória eleitoral importante, com a eleição de Fernando Haddad, a quem indicou pessoalmente e por quem trabalhou. Feito só inferior ao desafio que era eleger Dilma em 2010.
No resto do mundo, é figura amplamente respeitada, à esquerda e à direita, por gregos e troianos. Já recebeu uma impressionante quantidade de honrarias.
Esta semana, foi-lhe entregue o prêmio Indira Gandhi, o mais importante da Índia, por sua contribuição à paz, ao desarmamento e ao desenvolvimento. Na cerimônia, o presidente do país ressaltou que Lula o merecia por defender os mesmos princípios que Indira e Mahatma Gandhi. O que representa, para eles, associá-lo à mais ilustre companhia possível.
Quem conhece a imagem que Lula tem quase consensualmente no Brasil e no estrangeiro deve ficar perplexo.
Será que todo mundo – literalmente – está errado e a direita brasileira certa? Só sua imprensa, seus porta-vozes e representantes sabem “quem é o verdadeiro Lula”? O resto do planeta foi ludibriado pelas artimanhas do petista?
É até engraçado ouvir o que dizem alguns expoentes da direita tupiniquim, quantos adjetivos grosseiros são capazes de encontrar para qualificar uma pessoa que o presidente da Índia (que, supõe-se, nada tem de “lulopetista”) coloca ao lado do Mahatma.
Só pode ser porque não conhece o que pensa aquele fulaninho, um dos tais que sabem “a verdade sobre Lula”.

VEJA: A REVISTA DA QUADRILHA DE CACHOEIRA


MÍDIA - Jornalistas e o crime organizado.

 

CPMI APONTA LIGAÇÕES DE JORNALISTAS COM O CRIME ORGANIZADO

Capa realista-fictícia da própria “Veja”

Por Luis Nassif, no seu portal

“O papel moderno da imprensa, no mundo, tem dois divisores de água.

O primeiro, legítimo, o episódio “Watergate”, no qual um jornal (The Washington Post), com um jornalismo rigoroso e corajoso, logrou derrubar o presidente da República da maior nação democrática do planeta.

O segundo, tenebroso, o processo ao qual foi submetido o magnata da mídia, Rupert Murdoch, depois de revelados os métodos criminosos do seu tabloide, “The Sun”, para obter reportagens sensacionalistas.

O crime do “The Sun” foi ter se envolvido com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.

O relatório da CPMI de Cachoeira traz dados muito mais graves do que os crimes do “The Sun”. Mostra ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado.

A acusação maior é contra a revista “Veja” e seu diretor em Brasília, Policarpo Jr. O relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos.

Já em 2008, a série “O caso de Veja” – que publiquei [Luis Nassif] na Internet – mostrava os resultados dessa parceria.

Um esquema aliado de Cachoeira havia sido afastado dos “Correios” pelo esquema Roberto Jefferson. Jairo (o araponga de Cachoeira) armou um grampo em cima de um diretor, Maurício Marinho, recebendo propina de R$ 3 mil. A gravação foi entregue a Policarpo, que a considerou insuficiente. Providenciou-se outra gravação, aprovada por Policarpo.

Divulgado o grampo, caiu toda a estrutura montada por Jefferson e entrou a de Cachoeira. “Veja” compactuou com o novo grupo, mesmo sendo Policarpo conhecedor íntimo do esquema criminoso por trás dele.

Dois anos depois, a Polícia Federal implodiu o novo esquema. E a revista manteve-se em silêncio, preservando Cachoeira.

Nos estudos sobre as chamadas “OrgCrim” (organizações criminosas), em nível global, identificam-se braços nos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – e também na mídia. O relatório descreve bem as funções da organização de Cachoeira no país.

Cachoeira ajudou a eleger o ex-senador Demóstenes Torres [DEM]. “Veja” transformou-o em uma figura política poderosa, com sucessivas matérias apontando-o como "o paladino da luta contra a corrupção". Com o poder que se viu revestido por “Veja”, Demóstenes transitava em repartições, junto a Ministros do Supremo, aumentando o poder de lobby da quadrilha de Cachoeira.

“Veja” é um ponto fora da curva no jornalismo brasileiro. Mas não ficou sozinha nessa parceria com o crime.

Um levantamento sobre as premiações do jornalismo investigativo nas últimas décadas vai revelar como suas fontes, em muitos casos, [foram] lobistas e criminosos da pior espécie.

Não apenas isso. Poderiam ser utilizados como fontes e suas informações servirem de ponto de partida para investigações mais aprofundadas. Mas eram utilizadas a seco, sem passar sequer pelo teste da verossimilhança, sem nenhum filtro, fuzilando reputações e, principalmente, atentando contra o próprio exercício do jornalismo.”

FONTE: escrito pelo jornalista Luis Nassif, no seu portal. Transcrito no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/politica/nassif-relatorio-da-cpi-do-cachoeira-mostra-ligacoes-diretas-entre-jornalistas-e-crime-organizado.html) [Imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

É UMA LISTA DE RESPEITO...


Dez jornalistas mais burros e reacionários do Brasil

Postado por Juremir em 25 de novembro de 2012 - Mídia
É hora dos prêmios de 2012.
A divulgação sai mais cedo porque tudo pode acabar dia 12 de dezembro.
A lista dos mais burros e reacionários deu trabalho aos julgadores.
É muito difícil encontrar um jornalista de opinião política na grande mídia brasileira que não seja burro, reacionário ou as duas coisas.
Eu sou burro e reacionário.
Mas sou insignificante. A comissão julgadora não me classificou entre os mil primeiros em reacionarismo. Já em burrice eu poderia ter um lugar melhor.
Eis a lista dos grandes vencedores:
1 – Merval Pereira
2 – Reinaldo Azevedo
3 – Ricardo Noblat
4 – Eliane Cantanhede
5 – Arnaldo Jabor
6 – Lauro Jardim
7 – Boris Casoy
8 – Ferreira Gullar
9 – Ricardo Setti
10 – Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho, ao menos, parece honesto e leu alguns livros.
É incrível como Arnaldo Jabor vem perdendo terreno. Qualquer um consegue, hoje, ser mais burro e reacionário do que ele sobre qualquer assunto.
O Rio Grande do Sul está por baixo. Apesar de quase todos os seus colunistas serem reacionários, o Estado não consegue emplacar um só entre os dez primeiros. Sem dúvida, um despretígio para o nosso jornalismo. Nossos colunistas mais reacionários têm sido ultrapassados em conservadorismo até por figuras inexpressivas como Lauro Jardim, editor de notinhas, volta e meia mentirosas ou milimetricamente sacanas e ardilosas, da revista Veja.
O grande destaque é mesmo Merval Pereira cuja burrice garantiu-lhe um lugar na Academia Brasileira de Letras sem jamais ter um escrito um só livro.
Logicamente a revista Veja emplaca o maior número de destaque na categoria.
Ferreira Gullar é um caso de escola, um exemplo de como um grande poeta de esquerda pode se transformar num cronista idiota de direita.
Custei a perceber a qualidade de alguns nos quesitos em questão. Como não sou poste, mudei de posição sobre eles quando, enfim, entendi que eram figuras relevantes em se tratando de burrice e reacionarismo. Eu não poderia ser injusto com eles. Há outros, conhecidos, que tentam entrar na lista dos dez mais destacados, mas, apesar do esforço, ainda lhes falta profundidade.
Boris Casoy é o mais burro e reacionário da televisão.
Todos os citados aqui receberão, por mérito próprio, sem necessidade de cotas, dois prêmios em 2012: Medalha Lacerdinha e Troféu Jair Bolsonaro. Parabéns a todos pela brilho no obscurantismo e na estupidez.
Se alguma injustiça tiver sido cometida pela omissão de algum nome fundamental, a comissão julgadora está disposta a ampliar a lista de agraciados com os troféus mais cobiçados e bem pagos do Brasil.
P.S.: leitores me avisam que esqueci o Pondé. Ele é apenas um Olavo de Carvalho piorado. Já estava representado na lista pelo original.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FRASES SOBRE A REALIDADE NO BRASIL.


Por Juremir  Machado.

1) Governante populista: aquele que faz demagogia a favor do povo e não somente às custas dele.
2) Governante responsável: aquele que só comete irresponsabilidades a favor dos ricos.
3) Líder neopopulista: aquele que usa o dinheiro do petróleo para comprar os pobres e não mais só os ricos
4) Domínio do fato: teoria usada para condenar quando a prova material dos fatos escapa do domínio dos juízes.
5) Voto responsável e desinteressado: quando um empresário vota num candidado que promete baixar impostos.
6) Via brasileira capitalista para a revolução socialista: a compra da direita pela esquerda.
7) Voto interesseiro e perigoso para a democracia: quando o povão vota em quem promete aumentar benefícios sociais.
8) Liberdade de imprensa: direito de a mídia conservadora detonar a esquerda e silenciar sobre a direita.
9) Ortodoxia econômica segundo um velho neoliberal em estado de excitação máxima e de confiança mínima: Estado mínimo quando o lucro for máximo. Estado máximo quando o lucro for mínimo.
10) Eleições livres: quando o candidato das elites vence mesmo alterando as regras do jogo.
11) Fim das ideologias: afirmação ideológica de um ideólogo que se vê como objetivo, neutro e imparcial.
12) Fim da oposição direita – esquerda: afirmação da direita para condenar a esquerda e se apresentar sensatamente como centro. O problema é que o centro costuma ser radicalmente de direita.
13) Liberdade de imprensa: quando um grupo de comunicação pode controlar a maioria dos meios sem ser limitado por alguma lei de desconcentração como as existentes em países ditatoriais a exemplo dos Estados Unidos.
14) Fulano afirma: “A violência tem a ver com a taxa de natalidade. A população pobre continua parindo acima da média. É culpa do bolsa-família”. Conclusão lógica: o aumento da violência no Brasil é culpa do bolsa-família.
15) Beltrano diz: “Muito bom o teu texto. Estou dizendo isso para acumular pontos e poder criticar quando não gostar”. Resposta lógica: Ah, pensei que fosse um elogio. Mas é uma ameaça.
16) Internet ilimitada na linguagem das operadoras de telefone: internet com limitações a partir de certo momento.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A ÚLTIMA DO TODO PODEROSO J.B...

Para o ministro Joaquim Barbosa, pergunta tem cor

Para o ministro Joaquim Barbosa, que nesta quinta-feira assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal, pergunta da imprensa tem cor!
"O senhor está irritado?"
É pergunta de branco!
"Ministro, o julgamento correu tranquilamente?"

De novo pergunta de branco.

O que seria, para usar o termo do próprio Joaquim, uma pergunta de "brother" ?

Certamente perguntas que não constranjam, insípidas, inodoras, e, agora sabemos, pela jurisprudência do racismo avesso de Joaquim, perguntas incolores!

Hoje, Joaquim censurou um repórter negro que o questionou sobre a primeira sessão do Supremo comandada por eler, o relator do processo do mensalão.

A pergunta estava lastreada no histórico de Joaquim de brigas e disputas na Corte.

Assim, em plena Corte Suprema, diante de inúmeros gravadores, o novo presidente do STF atribuiu determinados comportamentos-questionamentos à cor da pele...

Diante de um grupo de jornalistas, valeu-se do recurso do off (o repasse de informação mediante o compromisso de não se identificar a fonte) para se proteger do que diria em seguida.

O jornalista Luiz Fara Monteiro, da TV Record, negro como Joaquim, perguntou ao ministro se ele estava “mais tranquilo, mais sereno” na sessão desta tarde.
Ouviu de bate-pronto:
- Nesses dez anos, o ministro Joaquim botou para quebrar aí, quebrou as cadeiras? Gente, vamos parar de estereótipo, tá?

Dirigindo-se ao repórter, perguntou:
- Logo você, meu brother! Ou você se acha parecido com a nossa Ana Flor [repórter da agência Reuters que é loira]? A cor da minha pele é igual à sua. Não siga a linha de estereótipos porque isso é muito ruim. Eles [os demais jornalistas] foram educados e comandados para levar adiante esses estereótipos. Mas você, meu amigo?

O repórter não arriscou outra pergunta. Ninguém protestou. Pelo contrário.

Os jornalistas que rotineiramente cobrem as atividades do STF parecem acostumados com a rispidez de Joaquim.

 blog do SARAIVA.

Imagens fortes dos ataques a Faixa de Gaza

Nem as bombas criminosas de Israel calaram este povo sofrido - POVO PALESTINO-
Este cenário é comum na em Gaza

Impossível combater fogo de bombas com galões de água

Mulheres Palestinas que perderam tudo inclusive a família


Verdadeiras crateras no meio de Gaza feitas pelas bombas

Destruição e massacre criminoso.


A população pobre fica sem saber o que fazer e nem onde se abrigar das bombas 

As crianças são as que mais sofrem com os bombardeios covardes



A Democratização do Estado. (Emir Sader)


Entre as mudanças no cenário internacional está o alteração da correlação de forcas no plano militar. Ao passar de um mundo bipolar, marcado pelo relativo equilíbrio entre dois campos, para um mundo unipolar sob hegemonia imperial nortemericana, a superioridade militar deste campo, com suas projeções sobre todas as regiões e países do mundo, se impôs.

As guerrilhas centro-americanas – Guatemala e El Salvador – se deram conta dessas transformações e da inviabilidade de repetir a experiência nicaraguense, reciclando-se então para o campo politico institucional, mediante planos de paz.

Nesse novo quadro, interessa aos EUA e a seus alidos nacionais, militarizar os conflitos, para impor o plano onde tem maior superioridade. As invasões do Iraque e do Afeganistão, os bombardeios na Libia, as tentativas de impor soluções militares na Síria e no Irã, fazem parte desse quadro.

No plano nacional, se um movimento ou partido militariza sua luta, será massacrado, pela desigualdade enorme na relação de forcas no plano militar. Na Colômbia também estão se impondo negociações de paz.

Isto significa que resta ao campo popular a democratização dos Estados, dentre as quais a de refundação de Estados – como no caso da Bolívia e do Equador – faz parte. Para isso é necessário ocupar espaços dentro do Estado, para transformá-lo, para democratizá-lo.

Para isso é essencial eleger bancadas de parlamentares vinculados aos movimentos populares. Facilitado pelo financiamento privado das campanhas – mas também pela falta de prática dos movimentos populares de elegerem suas bancadas -, o Congresso é o reflexo invertido do que é a sociedade. Basta dizer que há uma enorme bancada do agronegocio e apenas 2 ou 3 representantes dos trabalhadores rurais.

Com isso, embora as forças conservadoras não possam ganhar a presidência da República, se entrincheiram no Congresso, exercendo um papel de veto em temas fundamentais, como a democratização dos meios de comunicação, as legislações sobre meio ambiente, sobre a jornada de trabalho, entre outros temas.

A forma de consolidar a hegemonia da esquerda é obtendo maioria no Parlamento, o que só é possível com uma banca representativa dos movimentos populares no Congresso.

Extraído do site de Carta Maior

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Noam Chomsky sobre Gaza.


Uma prisão israelense chamada Gaza

Postado por Juremir em 8 de novembro de 2012 - Política

Coluna do Noam Chomsky

População de Gaza tem de conviver com sistema precário de saúde em meio a humilhações impostas pela ocupação israelense

Noam Chomsky
E dificilmente é preciso mais do que um dia em Gaza para sentir como é tentar sobreviver na maior prisão a céu aberto do mundo, onde cerca de 1,5 milhão de pessoas, em uma faixa de terra de aproximadamente 360 quilômetros quadrados, são submetidas a terror aleatório e punição arbitrária, sem nenhum propósito a não ser humilhar e degradar.
Essa crueldade visa assegurar que as esperanças palestinas por um futuro decente sejam esmagadas, e que o apoio global esmagador por um acordo diplomático que conceda direitos humanos básicos seja anulado. A liderança política israelense ilustrou dramaticamente esse compromisso nos últimos dias, alertando que “enlouquecerá” caso os direitos palestinos recebam até mesmo um reconhecimento limitado pela ONU.

Ataques aéreos atingem Faixa de Gaza

Foto 9 de 13 – 24.out.2012 – Soldado israelense analisa estragos em casa danificada por foguete disparado por militantes palestinos da Faixa de Gaza. Esta é a segunda rodada de ataques aéreos em dois dias na região Mais Jack Guez/AFP
Essa ameaça de “enlouquecer (“nishtagea”) –isto é, lançar uma resposta dura– é profundamente enraizada, remontando os governos trabalhistas dos anos 50, juntamente com o “Complexo de Sansão” relacionado: Se formos frustrados, nós derrubaremos as paredes do Templo à nossa volta.
Trinta anos atrás, líderes políticos israelenses, incluindo alguns “falcões”, apresentaram ao primeiro-ministro Menachem Begin um relatório chocante sobre como os colonos na Cisjordânia cometiam regularmente “atos terroristas” contra os árabes dali, com total impunidade.
Enojado, o proeminente analista político-militar Yoram Peri escreveu que a tarefa do exército israelense, ao que parecia, não era defender o Estado, mas sim “demolir os direitos de pessoas inocentes só porque são araboushim (um epíteto racial rude) vivendo em territórios que nos foram prometidos por Deus”.
Os moradores de Gaza foram vítimas de uma punição particularmente cruel. Há 30 anos, em seu livro de memórias “The Third Way”, Raja Shehadeh, um advogado, descreveu a tarefa impossível de tentar proteger os direitos humanos fundamentais dentro de um sistema legal projetado para assegurar o fracasso, e sua experiência pessoal como um “samid”, “um inabalável”, que assistiu sua casa ser transformada em uma prisão por uma ocupação brutal sem poder fazer nada, mas que de algum modo “suportava”.
De lá para cá, a situação se tornou muito pior. O Acordo de Oslo, celebrado com muita pompa em 1993, determinava que Gaza e a Cisjordânia são uma única entidade territorial. Naquela época, os Estados Unidos e Israel já tinham iniciado seu programa para separar Gaza e a Cisjordânia, para bloquear um acordo diplomático e punir os araboushim em ambos os territórios.
A punição aos moradores de Gaza se tornou ainda mais severa em janeiro de 2006, quando eles cometeram um grande crime: eles votaram “errado” na primeira eleição livre no mundo árabe, elegendo o Hamas.
Exibindo seu “anseio pela democracia”, os Estados Unidos e Israel, apoiados pela tímida União Europeia, impuseram imediatamente um sítio brutal, juntamente com ataques militares. Os Estados Unidos recorreram ao seu procedimento operacional padrão quando uma população desobediente elege o governo errado: eles prepararam um golpe militar para restaurar a ordem.
Os moradores de Gaza cometeram um crime ainda maior um ano depois, ao impedirem a tentativa de golpe, levando a uma forte escalada do sítio e dos ataques. Eles culminaram no final de 2008 e início de 2009, com a Operação Chumbo Fundido, um dos usos mais covardes e perversos de força militar na memória recente: uma população civil indefesa, presa, foi submetida a um ataque impiedoso por um dos sistemas militares mais avançados do mundo, que emprega armas americanas e é protegido pela diplomacia americana.
É claro, havia pretextos – sempre há. O habitual, apregoado quando necessário, é a “segurança”: neste caso, contra os foguetes caseiros de Gaza.
Em 2008, uma trégua foi estabelecida entre Israel e o Hamas. Nenhum foguete do Hamas foi disparado até que Israel rompeu a trégua sob cobertura da eleição americana em 4 de novembro, invadindo Gaza sem nenhum motivo e matando meia dúzia de membros do Hamas.
O governo israelense foi aconselhado por suas mais altas autoridades de inteligência que a trégua poderia ser renovada por meio do alívio do bloqueio criminoso e com o fim dos ataques militares. Mas o governo de Ehud Olmert –supostamente uma “pomba”– rejeitou essas opções, recorrendo à sua imensa vantagem na violência: a Operação Chumbo Fundido.
Raji Sourani, natural de Gaza e um defensor dos direitos humanos respeitado internacionalmente, analisou o padrão de ataque da Operação Chumbo Fundido. O bombardeio era concentrado no norte, visando civis indefesos nas áreas mais densamente povoadas, sem nenhuma razão militar possível. A meta, sugere Sourani, talvez fosse empurrar a população intimidada para o sul, para perto da fronteira egípcia. Mas os samidin permaneceram no lugar.
Outra meta poderia ser empurrá-los para além da fronteira. Desde o início da colonização sionista foi argumentado que os árabes não tinham motivo real para estarem na Palestina: eles poderiam ser felizes em qualquer outro lugar e deveriam partir –educadamente “transferidos”, como sugeriram as “pombas”.
Isso certamente é motivo de preocupação para o Egito, e talvez o motivo para o país não abrir sua fronteira livremente para os civis, nem mesmo para os suprimentos desesperadamente necessários.
Sourani e outras fontes com conhecimento observaram que a disciplina dos samidin esconde um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento, inesperadamente, como a primeira Intifada em Gaza em 1987, após anos de repressão.
Uma impressão necessariamente superficial após passar vários dias em Gaza é admiração, não apenas pela capacidade de seus moradores de prosseguir com suas vidas, mas também com a vibração e vitalidade dos jovens, particularmente na universidade, onde participei de uma conferência internacional.
Mas é possível detectar sinais de que a pressão pode estar se tornando insuportável. Relatos indicam que há uma crescente frustração entre os jovens –um reconhecimento de que sob a ocupação americana-israelense o futuro não lhes reserva nada.
Gaza tem a aparência de um país de Terceiro Mundo, com bolsões de riqueza cercados por pobreza abjeta. Mas não é subdesenvolvida. Em vez disso, ela é “desdesenvolvida”, e de modo sistemático, tomando emprestado o termo cunhado por Sara Roy, a principal especialista acadêmica em Gaza.
A faixa de Gaza poderia ter se tornado uma região mediterrânea próspera, com rica agricultura e uma florescente indústria pesqueira, praias maravilhosas e, como foi descoberto há uma década, com boas perspectivas de amplas fontes de gás natural dentro de suas águas territoriais. Por coincidência ou não, foi quando Israel intensificou seu bloqueio naval. As perspectivas favoráveis foram abortadas em 1948, quando a faixa teve de absorver a enxurrada de refugiados palestinos que fugiam em terror ou foram expulsos à força do que se tornaria Israel –em alguns casos meses depois do cessar-fogo formal. As conquistas de Israel em 1967 e suas consequências desferiram golpes adicionais, com os crimes terríveis prosseguindo até hoje.
Os sinais são fáceis de ver, mesmo em uma breve visita. Sentado em um hotel próximo do litoral, é possível ouvir o fogo de metralhadora das canhoneiras israelenses expulsando os pescadores das águas territoriais de Gaza e de volta para terra, os forçando a pescarem em águas altamente poluídas por causa da recusa americana e israelense de permitir a reconstrução dos sistemas de tratamento de esgoto e de energia que eles destruíram.
O Acordo de Oslo continha planos para duas usinas de dessalinização, uma necessidade nessa região árida. Uma, uma instalação avançada, foi construída: em Israel. A segunda é em Khan Yunis, no sul de Gaza. O engenheiro encarregado em KhanYunis explicou que a usina foi projetada para que não possa usar água do mar, mas sim dependa de águas subterrâneas, um processo mais barato que degrada ainda mais o aquífero limitado, garantindo problemas severos no futuro.
A oferta de água ainda assim é severamente limitada. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa, na sigla em inglês), que cuida dos refugiados, mas não dos demais moradores de Gaza, divulgou recentemente um relatório alertando que os danos ao aquífero podem em breve se tornar “irreversíveis”, e que sem uma ação rápida, Gaza pode deixar de ser um local habitável em 2020.
Israel permite a entrada de concreto para projetos da Unrwa, mas não para os moradores de Gaza envolvidos nos grandes esforços de reconstrução. O equipamento pesado limitado permanece em grande parte ocioso, já que Israel não permite materiais para reparo.
Tudo isso faz parte do programa geral que Dov Weisglass, um conselheiro do primeiro-ministro Olmert, descreveu depois que os palestinos não seguiram as ordens nas eleições de 2006: “A ideia”, ele disse, “é submeter os palestinos a uma dieta, mas não deixá-los morrer de fome”.
Recentemente, após vários anos do esforço, a organização israelense de direitos humanos Gisha teve sucesso em obter uma ordem judicial para que o governo divulgue seus documentos detalhando os planos para a “dieta”. Jonathan Cook, um jornalista baseado em Israel, os resumiu: “As autoridades de saúde forneceram cálculos do número mínimo de calorias necessárias para os 1,5 milhão de habitantes de Gaza não ficarem desnutridos. Esses números foram então transformados em caminhões de comida que Israel supostamente permite que entrem diariamente –uma média de apenas 67 caminhões, muito menos da metade do mínimo necessário– em Gaza. Em comparação, eram mais de 400 caminhões antes do início do bloqueio”.
O resultado da dieta imposta, observa o acadêmico de Oriente Médio, Juan Cole, é que “cerca de 10% das crianças palestinas em Gaza com menos de 5 anos tiveram seu crescimento atrofiado pela desnutrição. (…) Além disso, a anemia é disseminada, afetando mais de dois terços das crianças pequenas, 58,6% das crianças em idade escolar e mais de um terço das mães grávidas”.
Sourani, o defensor de direitos humanos, observa que “o que é preciso ter em mente é que a ocupação e o cerco absoluto é um ataque contínuo à dignidade humana da população de Gaza, em particular, e de todos os palestinos, em geral. É uma degradação, humilhação, isolamento e fragmentação sistemática da população palestina”.
Essa conclusão foi confirmada por muitas outras fontes. Na “The Lancet”, uma importante revista médica, Rajaie Batniji, um médico visitante de Stanford, descreve Gaza como “uma espécie de laboratório para observar a ausência de dignidade”, uma condição que tem efeitos “devastadores” no bem-estar físico, mental e social.
“A vigilância constante do céu, a punição coletiva por meio do bloqueio e do isolamento, a invasão de lares e das comunicações, e as restrições a aqueles que tentam viajar, casar ou trabalhar tornam difícil viver uma vida digna em Gaza”, escreve Batniji. Os araboushim precisam ser ensinados a não levantarem suas cabeças.
Havia esperança de que o novo governo de Mohammed Mursi no Egito, que é menos escravizado a Israel do que a ditadura de Hosni Mubarak apoiada pelo Ocidente, poderia abrir a Travessia de Rafah, o único acesso de Gaza ao exterior que não está sujeito ao controle israelense direto. Houve uma leve abertura, mas não muito.
A jornalista Leila el Haddad escreve que a reabertura sob Mursi “é simplesmente um retorno ao status quo de anos anteriores: apenas os palestinos portando identidades de Gaza aprovadas pelos israelenses podem usar a Travessia de Rafah”. Isso exclui um grande número de palestinos, incluindo a própria família de El Haddad, onde apenas um cônjuge tem uma carteira de identidade.
Além disso, ela continua, “a travessia não leva à Cisjordânia, nem permite o transporte de bens, que são restringidos às travessias controladas pelos israelenses e estão sujeitos às proibições a materiais de construção e exportação”.
A Travessia de Rafah restrita não muda o fato de “Gaza permanecer sob forte sítio marítimo e aéreo, e permanecer fechada para capitais culturais, econômicos e acadêmicos palestinos do restante dos territórios ocupados por Israel, em violação às obrigações americanas e israelenses segundo o Acordo de Oslo”.
Os efeitos são dolorosamente evidentes. O diretor do hospital de Khan Yunis, que também é o chefe de cirurgia, descreve com fúria e paixão a falta até mesmo de medicamentos, o que deixa os médicos impotentes e os pacientes em agonia.
Uma jovem relata sobre a doença de seu pai falecido. Apesar do orgulho dele por ela ter sido a primeira mulher no campo de refugiados a obter um diploma avançado, ela diz, “ele faleceu depois de seis meses de luta contra um câncer, aos 60 anos”.
“A ocupação israelense lhe negou a permissão para receber tratamento em hospitais israelenses. Eu tive que suspender meus estudos, meu trabalho e minha vida para ficar ao lado de seu leito. Todos nós ficamos, incluindo meu irmão, o médico, e minha irmã, a farmacêutica, impotentes e sem esperança, assistindo seu sofrimento. Ele morreu durante o bloqueio desumano de Gaza em meados de 2006, com muito pouco acesso ao serviço de saúde.”
“Eu acho que a sensação de impotência e desesperança é o pior sentimento que um ser humano pode sentir. Ele mata o espírito e parte seu coração. Você pode lutar contra a ocupação, mas não pode lutar contra seu sentimento de impotência. Não dá nem mesmo para dissolver esse sentimento.”
Um visitante a Gaza não pode deixar de se sentir enojado com a obscenidade da ocupação, somada com a culpa, porque está dentro de nosso poder colocar um fim a esse sofrimento e permitir que os samidin tenham as vidas de paz e dignidade que merecem.
Extraído do Correio do Povo.

O MASSACRE CONTRA O POVO PALESTINO.


Por Marina Mattar, no sítio Opera Mundi:

     A atual investida de Israel contra a Faixa de Gaza, denominada de “Pilar Defensivo”, tem como suposto objetivo defender o povo israelense dos mísseis lançados por combatentes do Hamas que atingem o sul do país. Mas será que é apropriado chamar de guerra ou de defesa quando um dos lados é uma superpotência militar e o outro, um grupo político armado sem a organização e a estrutura de Forças Armadas?



     É verdade que a organização palestina dispara foguetes contra o território de Israel, mas é preciso analisar a sua verdadeira capacidade militar. Desde que o conflito teve início, na quarta-feira (14/11), três israelenses foram mortos pelos mísseis, enquanto pelo menos 95 palestinos perderam suas vidas e centenas ficaram feridos. Ao longo deste ano, nenhum israelense foi vítima dos projéteis e apenas alguns ficaram feridos em comparação a dezenas de palestinos mortos que, em sua vasta maioria, eram civis.



      Os projéteis lançados pelos palestinos procedem de diferentes locais e estão longe de integrar o moderno mercado de armas. Enquanto muitos são produtos domésticos, outros são equipamentos da década de 1990.

      Com alcance de 6 a 25 milhas, esses mísseis não possuem a tecnologia necessária para mirar alvos no território israelense e acabam por atingir, muitas vezes, terrenos inabitados. Além disso, na maior parte dos casos, os militares israelenses conseguem interceptar os foguetes pelo seu avançado sistema de defesa, mantendo uma taxa de 90% de sucesso nos casos. Nos últimos seis dias, cerca de 740 misseis foram lançados e apenas 30 atingiram Israel.

Além de possuir poucos recursos financeiros, o Hamas encontra grande dificuldade em comprar armas por conta do bloqueio israelense nas fronteiras da Faixa de Gaza. Tudo o que consegue provém de túneis ilegais. O grupo palestino tão pouco possui uma estrutura militar comum às Forças Armadas, com treinamento regular e corpo de oficiais. Seus combatentes não atuam em batalhas, mas sim em ações de guerrilha.



     É este o corpo organizacional que uma das Forças Armadas mais potentes do mundo enfrenta hoje. Com orçamento militar anual ao redor dos US$ 12 bilhões, Israel recebe ajuda de US$ 3 bilhões dos Estados Unidos para investir em equipamentos. Jatos de tecnologia militar de última geração bombardeiam a Faixa de Gaza e sistemas de defesa aprimorados derrubam os projeteis.



     Há uma imensa assimetria na capacidade de cada um dos lados de infligir danos e sofrimento devido ao domínio militar total de Israel na região. Esse fato transparece no número desproporcional de mortos e destruição afligida. Até agora, mais de um terço das vítimas palestinas são civis, incluindo crianças e idosos, e o número parece estar apenas aumentando. 


 
     Se Israel é tão superior militarmente ao Hamas e em poucos dias já conseguiu destruir grande parte do território palestino, por que realizar uma operação? Se o objetivo das autoridades era atingir o grupo, por que não optar apenas por ações de seu desenvolvido serviço de inteligência contra seus líderes?



     Essas perguntas parecem ingênuas, mas, com certeza, foram consideradas pelo governo e pelos chefes de segurança do país, que escolheram deliberadamente a opção militar. Não podemos nos esquecer da afirmação de Eli Yishai, vice-premiê de Israel, de que o objetivo da operação "é mandar Gaza de volta para a Idade Média".



    Longe de ser uma ruptura com a política israelense para a Faixa de Gaza, a nova investida integra as iniciativas de ocupar e sitiar o território palestino que vão desde o bloqueio econômico e militar à expansão de assentamentos israelenses.



     E, para aqueles que não se lembram, essa não é a primeira vez que as Forças Armadas atacam a Faixa de Gaza em uma suposta luta contra o Hamas. Em 2009, as autoridades realizaram a operação “Chumbo Fundido”, que, em apenas 22 dias, deixou 1.434 palestinos mortos, incluindo 1.259 civis.



    Até os dias atuais, os palestinos não conseguiram se recuperar desses ataques pela falta de materiais de construção disponíveis, que permanecem bloqueados por oficiais israelenses nas fronteiras. De acordo com relatório das Nações Unidas de setembro deste ano, apenas 25% dos edifícios danificados na investida foram reconstruídos.



    Analisando os dados da operação, o professor norte-americano Norman Filkenstein conclui que não houve uma guerra, mas sim um massacre contra o povo palestino. Será que o que estamos assistindo nesses últimos dias na Faixa de Gaza não deve receber essa conotação, em vez de “guerra” ou “ação defensiva”?